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segunda-feira, 11 de março de 2013

A revolução das emoções


“Não gostar de emoções negativas é tão útil quanto não gostar de inverno.O inverno virá você querendo ou não, assim como as emoções. Melhor do que gostar ou não gostar é saber lidar com elas”.

  Percebemos que nos dias atuais as qualidades emocionais estão sendo cada vez mais exigidas. Mais exigido que o QI, agora o QE (coeficiente emocional) que esta sendo o pré-requisito cada vez mais solicitado em diversas empresas. Os maiores especialistas do mundo em análise comportamental alertam que o mais importante nos nossos dias não é o quanto se sabe, mas sim como se relacionar melhor consigo mesmo e conseqüentemente com as pessoas que conosco convivem. Para melhorarmos o nosso QE é necessário expandirmos nossa inteligência emocional. É comum a pessoa buscar somente um desenvolvimento técnico. O que diferencia os homens dos animais é o raciocínio, portanto vivemos procurando desenvolvê-lo, mas a formação racional e técnica não mais determinam o sucesso. Passamos por uma grande fase de desenvolvimento industrial, tecnológico, mais recentemente assistimos a grande evolução da informática. Mas ultimamente o desenvolvimento técnico tem sido cada vez mais similar entre as pessoas, o que torna o mercado de trabalho mais competitivo.
 Qualquer criança já sabe usar um micro. A maior parte das pessoas tem a consciência de que estudo é imprescindível e essa maioria de pessoas se esforça e consegue, mesmo que com muito esforço terminar uma faculdade. O mercado de trabalho encontra-se cada vez mais concorrido e a qualidade dos candidatos cada vez mais similar. Por tal motivo, a comunidade científica mantém seus olhos cada vez mais fixos no estudo das emoções. Não somente os cientistas, mas as pessoas que contratam também. O maior diferencial que um candidato pode apresentar não é mais um curso no exterior, ou um aperfeiçoamento em sua área profissional. Esse tipo de diferencial podemos encontrar de baciada hoje em dia. O maior diferencial a ser apresentado hoje são qualidades emocionais. Psicólogos de empresas de RH afirmam ser esse o critério mais utilizado no momento da seleção. Dizem que o que tem interessado mais, ultimamente, é a maneira como a pessoa lida com as demais pessoas do que um currículo exemplar. O que alegam é que pessoas com milhares de cursos é muito fácil encontrar. Quando elegem um candidato que apresenta algum problema técnico na função que ira executar, apenas pouco tempo de treino pode sanar o problema. Já problemas de fundo emocional, como autoritarismo, descontrole, são muito mais difíceis de se trabalhar em um funcionário. Isso em todas as áreas. Não adianta formar um jogador de futebol tecnicamente perfeito, para depois ele chutar a câmera que o mostra para o mundo. Antigamente para uma vaga de emprego eram avaliados somente currículos. Hoje são realizadas dinâmicas em grupo para avaliar os candidatos em amplos aspectos.
 Não basta mais somente avaliar o lado técnico. Podemos perceber então que mais do que nunca é necessário possuir o controle das emoções para que em determinado momento ela não venha nos atrapalhar. Ou você entende suas emoções ou você se torna vítima delas. Algumas pessoas acreditam que possuir o domínio das emoções é deixar de sentir aquelas que parecem ser prejudiciais, deixar de sentir emoções como raiva, medo, qualquer emoção que traga sentimentos desagradáveis e possíveis descontroles. Ter o domínio das emoções é bem diferente disso. É algo muito maior do que gostar ou não gostar, ou até mesmo maior que buscar meios para impedir a existência de tais emoções. O melhor caminho para obter o controle de suas emoções é compreendê-las de maneira mais completa, como um mecanismo fisiológico. Cada emoção possui uma função fisiológica positiva, se conseguirmos compreender que mesmo as emoções que são aparentemente negativas, possuem uma função fisiológica positiva é possível tirarmos um resultado positivo de todas as emoções. Com a correria dos tempos modernos, nosso tempo se torna cada vez mais escasso e nossa atenção cada vez mais voltada para o meio externo. Temos que nos preocupar realmente com muitas coisas. Com o trabalho, com a faculdade, com os filhos, com as compras de casa, com o almoço, jantar. São muitos itens que prendem nossa atenção ultimamente. Com a atenção dirigida para fora, sobram menos conduções para dirigir nossa atenção às emoções. Não darmos a devida atenção à elas não significa que elas não estão acontecendo, muito pior, elas vão ficando embutidas dentro de nós mas em determinado momento ela vai aflorar, e isso pode ocorrer de maneira mais intensa do que o necessário. Daí vem o surgimento de algumas formas modernas e realmente mais intensas de ansiedade. Cada uma de nossas emoções merece a atenção necessária. Acontece com inúmeras pessoas ir empurrando-as com a barriga. Não dar atenção às suas emoções ou tentar levar com a barriga como se nada tivesse acontecendo é como segurar um vazamento de água em um cano com as mãos. Vai ter uma hora que vai estourar. É necessário seguirmos por outro caminho. Essa energia gerada pelas emoções pode ser utilizada em nosso favor.
 Se aprendermos dirigir a energia gerada por essas emoções na conquista de objetivos ou na busca de uma vida mais saudável, teremos bons resultados e ainda teremos saído sábios no uso adequado de nossas emoções. Não existe emoção positiva e emoção negativa, todas as emoções possuem uma função biológica. Você vai vivenciar as emoções por toda a sua vida de uma forma ou de outra. São quatro emoções básicas que regem a nossa vida: raiva, tristeza, medo e alegria. Estas emoções são responsáveis por todas as demais emoções que sentimos. Como falamos cada uma com uma função fisiológica positiva. Para obter o controle de nossas emoções é necessário compreender cada uma delas. Assim poderemos abrir nossa mente na busca de novos caminhos onde poderemos expressar todo nosso potencial.

 A RAIVA

  A raiva é uma emoção intensa e possui uma característica destrutiva. Pode aparecer em diversos graus de intensidade, desde uma leve irritação até explosões que pode causar danos maiores. Em momentos de raiva, as pessoas falam sem pensar e normalmente direcionam essa raiva para cima de uma outra pessoa. De modo geral essa emoção é muito mal utilizada. Geralmente é direcionada para a pessoa amada ou para aquelas que estão mais próximas, família e amigos. Dizemos palavras de raiva para as pessoas mais próximas, pessoas que mais amamos, que não diríamos para um estranho na rua. Certa vez foi colocada uma câmera escondida na casa de um traficante. A polícia analisava a vida desse traficante para que pudesse dar um flagrante. Um dia ele estava brigando com a esposa e seu filho, uma criança, estava brincando com um carrinho. Nervoso, quando o filho passou perto dele, ele gritou: “Sai daqui moleque!”. A criança tem o costume de testar então ela continua e dessa vez ele gritou: “Sai daqui seu burro e idiota!”. A criança já começa a acreditar no que ele diz. Numa terceira vez ele chuta a criança de forma tão agressiva, que ela cai na parede e perde o ar. Nesse momento a polícia entrou e o prendeu. Esse traficante jogou a raiva que estava sentindo em cima de uma criança que nada tinha a ver com a situação. Bater em uma criança nada mais é que descontar sua raiva. Você bate quando não tem mais o que fazer. Fala, pede, briga, da bronca, nada adianta então você se irrita e para descontar sua raiva bate. Bater em criança é falta de recurso do pai. É possível utilizar outros recursos para convencer uma criança sem bater. Usar a raiva dessa maneira gera cicatrizes nas pessoas. Às vezes nem cura e já vem outra marca. É necessário tomar cuidado com as marcas causada em outras pessoas. Acontece também, em outros casos, da pessoa ser treinada para não sentir raiva, o que é impossível. Vimos que a raiva é caracterizada como destrutiva, imagina como será guardar algo destrutivo dentro de você por algum tempo. Com certeza essa ação não trará bons resultados. Se não for bem canalizada, a raiva pode levar a doenças como úlcera gástrica, hipertensão, disfunções cardíacas entre outras. Mal dirigida, a raiva pode ainda se tornar intensa a ponto de fazer com que uma pessoa perca o limite de uma conduta razoável e tenha comportamentos dos quais possa vir a se arrepender. A raiva surge quando algo contraria as intenções das pessoas. Ela deve ser usada para corrigir esse desvio. A forma adequada de se utilizar a raiva, é canalizá-la para a conquista de seus objetivos. Para isso é necessário usar a raiva contra o problema que a causou. Usando-a assim você poderá ter ganhado imensos.
  Vamos supor que você esteja próximo ao final do ano e tenha uma prova de uma matéria que odeia. Você necessita tirar uma nota alta, mas não suporta nem a idéia de ter que estudar aquilo. Essa prova surge contra as suas intenções conseqüentemente surge a raiva. Um amigo mesmo sabendo que você necessita tirar uma boa nota te chama para tomar uma cervejinha. Jogar a raiva pra cima desse amigo não trará resultados, pode sim acabar com uma amizade. Você deve utilizar a raiva para corrigir o que a causou.     Se tirar uma boa nota pode se ver livre da matéria. Você fica com muita raiva por não poder sair com os amigos e tomado por essa raiva você pode conseguir forças para estudar e alcançar o êxito na matéria. Assim a raiva será bem canalizada. Ela esta sendo canalizada para a conquista de um objetivo: passar de ano. Você a joga em cima do problema que a causou.

 A TRISTEZA

  A tristeza é uma emoção que te faz refletir. Ela é um mecanismo de alerta para mostrar quando algo não vai bem na nossa vida e tem a intenção de nos fazer solucioná-los. Embora não seja agradável sentir-se triste é importante darmos atenção a essa emoção, a esse mecanismo de alerta. A tristeza é um verdadeiro alarme. Pense na tristeza como uma lâmpada vermelha que se ascende quando algo não conveniente acontece, quando algo não esta legal. Se você perdeu seu emprego, por exemplo, você sente-se triste, a lâmpada ascendeu, o alarme esta ligado. O que indica que você deve encontrar uma solução para o problema. Qualquer outro tipo de problema: financeiro, pessoal, relacionamento, fatores que levam à tristeza. Você sente-se triste, a lâmpada ascendeu. Ela esta te induzindo a buscar uma solução. Ninguém gosta de sentir-se triste, sendo assim a pessoa procura achar uma solução para dar fim a esse sentimento desagradável. Quando a solução para o problema é encontrada, a lâmpada então se apaga. Algumas soluções são mais fáceis, outras requerem um poço mais de cuidado e atenção. O grande problema dessa emoção é que algumas pessoas não dão atenção ao alarme. Elas não buscam uma solução e seguem a vida na esperança de que a um dia ela se apague. A pessoa segue a vida sem buscar uma solução ao que causou a tristeza. Então a lâmpada começa a brilhar ainda mais forte, mostrando que realmente algo não esta correto. Neste caso a tristeza tende a aumentar. Continuar nesse caminho pode levar a algo bem pior, a uma tristeza muito mais forte, o que pode ocasionar uma forte depressão. Portanto é necessário buscar uma solução pro problema. Sempre há uma maneira de se resolver um problema. Importante lembra-se que a tristeza é um alarme. Ela não resolve o problema e sim o ajuda a identificá-lo. De modo geral, encontrar problemas e solucioná-los é uma tarefa fácil, basta dedicar tempo à você mesmo e empenho em encontrar uma solução. Na grande maioria conseguimos resolver nossos problemas sozinhos. Porem em alguns casos a procura de pessoas especializadas para a busca de soluções em determinados momentos pode ser necessário. Resolver as tristezas que surgem em nosso cotidiano faz parte do caminho para a felicidade.

O MEDO

 O medo é uma emoção que surge para protegermos nossa vida. Você não sobreviveria sua infância, por exemplo, se não sentisse medo. Sempre que vamos executar uma ação da qual coloco, de alguma maneira, nossa vida em risco, sentimos o medo. Se formos saltar de pára-quedas, por exemplo, sentiremos medo no momento do salto. A intenção é apenas proteger sua vida. A função principal do medo é proteger, porem ao mesmo tempo em que ele te protege ele também bloqueia, impede realizações. Muitas vezes o medo pode te prejudicar por te impedir de fazer algo. É normal uma pessoa sentir medo de altura, isso vai te proteger de uma possível queda. Um empreendedor que possui várias empresas possui medo de comprar uma nova empresa. Nesse caso o medo surge por falta de informações. Esse tipo de medo é absolutamente plausível. Quando você deseja fazer algo novo e sente medo, por exemplo, comprar uma empresa, um relacionamento amoroso novo, essas são coisas que você deseja fazer porem sente medo porque falta informação por enquanto. Você ainda se sente inseguro em relação à essas coisas. O medo esta tentando te proteger de uma situação não apropriada. Na sua última relação amorosa você sofreu demais. A pessoa com quem você se relacionou te magoou muito, então quando surge um novo relacionamento você sente medo de sentir tudo aquilo novamente. Ele esta tentando te proteger, mas ao mesmo tempo te impedindo de ter um possível relacionamento amoroso fantástico. Em casos assim, o ideal é você se munir de informação e perceber quais os cuidados deve tomar para não acontecer tudo o que te fez sofrer novamente, mas você deve tomar cuidado para não acabar desistindo das coisas que você deseja por medo. Um segundo caso comum é a pessoa sentir medo de falar em público. O medo esta protegendo a pessoa de se expor. Ele esta protegendo a auto-estima da pessoa, pois ela pode se expor a uma situação ridícula. Mesmo trabalhando com público há muitos anos, levei algum tempo para perder totalmente o medo antes de falar para um número muito grande de pessoas. Porém eu sempre me preocupei em não permitir, de forma alguma, que o medo me impedisse de realizar o meu trabalho e mesmo sentindo um pouco de medo, falar em público é uma das coisas que sempre executei bem. O que é preciso fazer para perder medo é ganhar segurança. Tomar o maior conhecimento da matéria, ter controle sobre o assunto, estudar técnicas para se falar em público. Quando você estiver dominando esse assunto o medo desaparece e assim você consegue realizar o que deseja. É também o caso da pessoa que tira carta de motorista e não dirige por causa desse sentimento. Se a pessoa tirou carta significa que sabe dirigir um carro, mas ela se sente insegura no transito. O medo esta a protegendo de uma possível batida. Essa pessoa deve começar aos poucos, dirigindo com uma outra pessoa, alguns minutos por dia. Uma hora ela vai ganhar segurança então perderá o medo e começará a dirigir sozinha. Devemos tomar cuidado com essa emoção, pois ela pode tornar-se algo limitante. Sentir medo é algo absolutamente normal, porem você deve ser ponderado e saber quando esse sentimento esta atrapalhando sua vida. Você pode começar a desistir de muitas coisas por causa do medo e é nesse momento que se deve ficar atento. Faça uma reflexão dos últimos tempos, e observe quantas coisas você deixou de fazer por causa de tal sentimento. Para vencer o medo duas dicas básicas: aprendizagem e treinamento.

 A ALEGRIA

  A Alegria é a emoção mais prazerosa de se sentir. O ser humano nasce para ser feliz então ele vive na busca dessa emoção. Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso muito para nos sentir felizes, alegres. Não existe uma vida plena, constantemente feliz. O que existe é momento feliz. A vida é constituída destes momentos como já dissemos anteriormente. Pequenas coisas nos deixam alegres e devemos realmente buscar momentos de alegria em nossas vidas. Às vezes uma situação boba que faz com que a gente de risada já é algo que nos fez felizes por um momento. Existem dois tipos de alegria: a alegria de curto prazo e a alegria de longo prazo.
  Alegrias de curto prazo: É um tipo de alegria fundamental para a nossa vida. É uma alegria momentânea. A sentimos quando vamos a uma festa, ouvimos uma piada, vemos um filme engraçado. No momento dessa alegria soltamos a criança que existe dentro de nós. Quando somos criança, somos extremamente criativos, não temos vergonha. Manter esse tipo de atitude é ótimo para nossa vida. Muitas pessoas supõem que para amadurecer é necessário deixar de lado toda a criança que existe em você. Isso não é verdade, não precisamos abandonar toda a criança que temos conosco para alcançar a maturidade. A maior prova de maturidade é saber cuidar de nossas “cinco saúdes” e não matar a criança que existe em você. Esse tipo de alegria é excelente, porém requer um certo cuidado. O que pode ocorrer com a alegria de curto prazo é a falta de limite. Sair um dia da semana para bater um papo com os amigos e dar risada é fundamental e devemos realmente possuir esse tipo de hábito. O que acontece é que você sai uma, duas, três, quatro vezes pó semana e quando percebe esta saindo todos os dias com os amigos. Isso com certeza não causara um bom resultado com o seu parceiro, ou mesmo com sua mãe. Como a sensação que você sente é prazerosa, a tendência é continuar. Isso pode ocasionar em um certo arrependimento futuro. Algumas pessoas acabam caindo em estados mais drásticos: drogas, bebidas alcoólicas, podemos ate mesmo citar o ato sexual sem os cuidados necessários, o que pode ocasionar em doenças ou em um filho no monto inadequado. A alegria de curto prazo pode fazer com que a pessoa perca coisas preciosas de sua vida por essa falta de limite, que é uma de suas características. É necessário ficar atento. Alegrias de longo prazo: Essas são aquelas alegrias que vamos conquistando ao longo de nossas vidas. Conforme caminhamos na busca de nossa missão. As conquistas que vamos realizando em cada passo que damos nesse caminho, cada passo vai gerando esse tipo de alegria. Esse caminho é prazeroso. Muitas vezes esse tipo de alegria esta ligada às pessoas de nosso convívio que amamos. Ela esta muitas vezes junto de nossos familiares. Essa alegria é a mais importante e devemos buscá-la constantemente. Do livro Defina seu Rumo. 

Dr. Neil Hamilton Negrelli Jr.



Ref: http://www.sbneurociencia.com.br/drneil/artigo7.htm

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